Sunday, May 18, 2008

Diamanda Galás

Theatro Circo, Braga, Portugal, 2008

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Uma Sanita na Relação

“Porque vocês salpicam tudo quando fazem xixi e depois fica a sanita toda amarela, e com a tampa da sanita aberta notam-se as manchas da urina!”. Ah!, então é uma questão de higiene ou de estética aparente?, pergunto, sempre que as minhas relações chegam a este ponto quase sem retorno. E continuo, Se urinarmos com a base fechada também fica salpicada e aí será ainda pior. É que salpicar salpica sempre, não há que lhe fazer, e se salpicos amarelos na sanita é estética, na base é higiene, não? Não!, dizem-me elas quase desistindo, A ideia é levantar a tampa, fazer o pipi e fechar a tampa novamente...
A partir do momento em que passei à minha parte consciente que o que realmente distingue os homens das mulheres é somente a capacidade que os primeiros têm, e os segundos não, de urinar em pé, que venho sendo repreendido, em vários momentos, em todas as relações que ao longo da vida vou construindo. Começou por ser a minha mãe, a mais condescendente das mulheres, a dizer-me para baixar sempre o tampo da sanita. A mim e a todos os meus irmãos. De tantas vezes que nos teve que repreender que, a partir de certa altura, e como seria esperado a qualquer ser razoável, desistiu.
Ora vamos lá ver: A base e tampa da sanita têm apenas dois estados – Levantado ou Pousado – por que diabo é que o seu estado, em tempos de não utilização, tem que ser pousado? É que a questão estética, de uso recorrente, não é argumento pois eu, eu pelo menos, não vejo estética em sanita alguma. Depois, se as nossas caras metade pretendem um efeito estético por que não colocam um ramo de flores lá dentro dando-nos, uma vez mais, razão para que o estado normal do tampo e base seja “L-e-v-a-n-t-a-d-o”?! Nós poderíamos simplesmente não levantar a base e salpicar sem escrúpulos não acautelando a higiene dos utilizadores seguintes, elas! É por isso que digo que este acto altruísta de levantar tampo e base da sanita não está a ser convenientemente reconhecido pelas nossas mulheres!
Urinar, para um homem, é muito mais que a satisfação de uma necessidade biológica, é um momento de reflexão, é quase uma meditação, é uma ausência de pensamento. Quando se urina, e sempre que a ergonomia e a arquitectura da casa de banho o permitem, apoia-se o braço na parede e sobre ele a cabeça, e pensa-se, ou não se pensa nem se ora, medita-se. Este ritual não se compadece com preciosismos finais de baixar tampos e outras mariquices. Como se esta justificação para-psicossomática não justificasse tudo por si só, há mulheres que argumentam com o árduo trabalho extra que têm em baixar sempre a base de cada vez que vão utilizar a casinha. Façamos um acordo: Vocês usam a sanita e deixam o tampo levantado; Nós passaremos a usar a sanita que tem o tampo levantado e baixaremos o tampo quando a usarmos. Há que repartir a carga de trabalhos!
Convém referir, não apenas para argumentar que nós os homens somos os grandes prejudicados nestas questões Levantado/Pousado, mas, acima de tudo, para demonstrar que urinar de pé não é assim um mundo de coisas só boas, que há bases que não se seguram levantadas e então é uma autêntica acrobacia um acto que à partida a natureza concebeu simples: Uma mão a segurar no tampo, outra a orientar o líquido, as pernas meio abertas para não deixarem que as calças desçam totalmente e, quando estamos numa daquelas casas de banho públicas sem fechadura, ainda usamos de um dos calcanhares para travar a porta. Isto não é brincadeira nenhuma! Meninas, nem experimentem sequer fazer isso em casa!

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Friday, May 02, 2008

Jose Gonzalez

Teatro Sá da Bandeira, Porto, Portugal, 2008

Ao seu melhor nível:

A mesma música no youtube: http://youtube.com/watch?v=s4_4abCWw-w&feature=related

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